terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Carnaval e a alegoria.


Mal começou o ano e olha quem esta lá na tela da minha TV? a bunda, os peitos, um corpo vestido praticamente de penas e pelo. Mal começou o ano e sou obrigada a ter que desviar de certos locais, pois ali, mais rápido que atendimento em hospital público começaram as obras para a “grande festa”, tenho que conviver também com as péssimas músicas que tocam sem cessar, na casa dos meus visinhos, no meu trabalho, no celular das minhas amigas...
Fico admirada ao ver nossos políticos nessa época no ano, subindo nos carros de som do trio elétrico, num ritual de puro marketing, olhando o povo lá de cima com a maior cara de pau e sentimento de dever cumprido, olhar de piedade, como se aquilo fosse o único lazer que aqueles “miseráveis” poderiam ter para suas vidas desgraçadas. Povo esse que maior parte do ano não tem em suas mesas um sustento digno para oferecer para suas famílias, pedindo, implorando trabalho, para aqueles mesmo que estão agora lá em cima do carro de som, com seus estômagos empanturrados e consciência limpa que conseguiram satisfazer as necessidades de lazer daquele povo, e tem muitos (se não a maioria) que ainda acredita nessas políticas equivocadas, que os aprisionam em um estágio de euforia provisória.
E com isso, fica a ilusão de pessoas felizes, amigas, o paraíso em terra, acho até que foi nessa época que alguém inventou aquela frase ridícula: “Eu sou brasileiro e não desisto nunca!”
E o que dizer daqueles que moram na Bahia? Coitados, esses sim são povos escravizados pela ilusão momentânea de alegria.
Em uma de minhas pesquisas sobre a real situação do Estado da Bahia tive a prova de tudo que estou falando. Com embasamento nos dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, podemos comparar o IDH da década de 1990 e o de 2000 percebendo que a pobreza e a desigualdade aumentaram na grande maioria dos municípios, resultando em pobreza extrema.
Em minha opinião, carnaval na Bahia é o mesmo que copa na África, passou fevereiro ninguém quer saber e a prova disso além dos dados já citados acima, é a grande concentração de imigrante do norte e nordeste para praticamente todos os Estado do Brasil.
Não sou contra o carnaval, meu sonho era que nosso país vivesse em carnaval o ano todo, falo isso não pelo lado belo, filosófico da coisa, mas sim, o lado prático, rápido, como o pão que cai no estomago cavo da criança,que tem fome.

                        

Couto, Maria Francisca

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