"Limpeza na Cracolândia."
Será?
De certa forma, para a população, essa foi uma atitude muito coerente, já que a marginalidade não esperava o apagar das luzes para mostrar a que veio, tornando o lugar insustentável para aqueles que necessitavam passar por ali.
Por outro ponto de vista fica aquela indagação: _ Para onde vão levar essas pessoas, esses dependentes, que na estimativa feita pela prefeitura de São Paulo passa de 400 sendo 60 menores e 21 grávidas.
Não basta “limpar a cidade” temos que reorganizar, conscientizar, oferecer para essas pessoas oportunidades de trabalho e tratamento “gratuito”, não adianta fazermos discursos cansativos e bolar teorias acrobáticas.
Gostaria muito de ressaltar aqui uma coisa que meu sobrinho disse-me um dia. Que ao ir a São Paulo prestar uma prova, teve que passar por algumas ruas onde existia uma grande concentração de mendigos e usuários de drogas... Como nasci e cresci em cidade pequena, fiquei curiosa para saber se não é perigoso passar por lugares assim, e foi ai que ele disse uma frase que nunca vou esquecer: “NÃO, NA VERDADE ESSES MORADORES DE RUA TÊM MEDO DAS PESSOAS DESCONHECIDAS QUE PASSAM POR ALI, POIS TEM MEDO DE SEREM ESPANCADOS, DE SEREM QUEIMADOS, E OUTROS COISAS DO GENERO”
Então, não vamos generalizar a banalização, porque da mesma forma que meus olhos só conseguiam enxergar ate esse campo de visão, o de vocês também podem ter essa deficiência, então vamos estudar e pesquisar mais, procurar saber se aquela situação que nossos governantes nos oferecem realmente procede.
Para que tudo isso acontece, temos que aprender a ser gente e fazer uma coisa que sempre digo: “sair de nossas bolhas imaginárias.”
Espero que o slogan dessa “limpeza da Cracolândia” não seja: Por fora bela viola, por dentro pão bolorento!
Isso é tudo.
Couto,Maria Francisca
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